A história de um trato que fiz com Deus para antes de ter filho.
Todo mundo sabe aquela SEMPRE conversa de quando alguém fica noivo e os
outros perguntam sobre o casamento, quando casam perguntam pelo filho, depois
sobre o 2º filho. Blá blá blá... Aconteceu comigo. E eu já fiz (e faço) isso
com várias pessoas.
Assim que eu me casei, muitas, mas muuuuuuuuuitas pessoas me perguntavam
sobre filhos.
Eu queria, mas não via como algo brevemente possível. Eu estava
trabalhando tanto, viajando tanto a trabalho pelo Brasil. Morava em um
apartamento de um quarto, que era suficiente somente para mim e meu marido. Não
tinha muito espaço para as minhas bolsas, quem dirá para uma criança. Outra
coisa, onde eu arrumaria tempo pra uma criança? Além do medo da gestação em si.
Confesso, não achava mulher grávida bonita. Achava que não deveria ser muito
confortável amamentar. Pensava: um menino pendurado no meu peito, e ainda
saindo leite de mim. Pensava sobre a mudança no corpo: "e se eu
engordar?!". Enfim, milhões de pensamentos e longe de me ver mãe tão cedo.
Meu marido sempre quis ser pai e eu comecei a pensar "quem sabe
depois da Copa de 2014". "Daqui 4 anos". Era o que eu repetia.
Assim, daria tempo de mudarmos de apartamento, crescer e aparecer no meu
trabalho, fazer um MBA e um mestrado, virar uma pessoa fitness (malhadona,
saradona). Pronto! 4 anos será a data perfeita.
(rs...)
Mas, comecei a reparar meus amigos que tinham filhos. Parecia legal.
Parecia uma família mais "completa". Então, eu virei pra Deus e
falei:
- Tá bom, Pai, eu vou ter um filho, mas antes, eu gostaria muito de fazer 2 coisas: conhecer a Índia e voltar na França. Nem que seja a trabalho, mas, quero fazer essas viagens antes de ter um filho. Pode ser? O que Você acha?
Foi um pedido sincero. Desses que a cabeça e o coração concordam.
Porém, achava que isso não fosse se realizar tão cedo. Parecia
impossível, na verdade.
Tenho meus motivos pra escolher a Índia e a França (Um dia explico. Um
dia escrevo sobre isso).
Uns dias depois dessa conversa com Deus (poucos dias depois), minha chefe chama a
equipe pra uma reunião. Dentre vários assuntos na pauta, surge a organização de
mais uma Missão, que não era tema que me envolvia. Eu estava na minha, cabeça
baixa, rabiscando meu caderno. Ouvi o nome "Nova Delí" e levantei a
cabeça pensando "que massa, vai ter uma Missão pra Índia". Em seguida
ouvi: "Eu queria que a Ludmila acompanhasse". Eu fiquei meio confusa
(não estava entendendo direito).
- Isso, Lud, você vai acompanhar a Missão precursora a Nova Deli. ok?!
Daí minha chefe completou:
- A viagem é daqui 2 semanas. (Sim, ela disse duas semanas).
Fiz que estava entendendo, com aquela cara de que estava tudo tranquilo
e "comum". Mas por dentro eu pensava: "Meu Deus, eu não
acredito. Eu vou pra Índia?! Eu? Sério? Como assim? Daqui duas semanas? Tem
uns dias que conversamos e daqui duas semanas eu vou?".
Não sei se quem está lendo essa história tem isso, mas, sabe quando você
sente Deus, lá do céu, dando aquela piscadinha, dizendo: "Viu". Pois
é, eu senti a piscadinha de "viu" de Deus.
Eu só não fui para a Índia uma vez, como duas, num período de 3 meses. A
trabalho, mas, cumpri o que eu gostaria. Vi de perto a cultura, o idioma, as
cores, as comidas, as diferenças, as belezas, os contrastes, as disparidades,
alguns palácios, algumas feiras, a música, o povo indiano. Interessante.
Diferente. Lindo e, eu recomendo, conheçam a Índia!
Não para por aí. Lembra que eu falei sobre a França, também?!
Em meados de junho, três meses depois, ouvi comentários que teria uma
Missão pra França. Eu fiquei quieta, sem nenhuma reação. Cara de paisagem. Não
queria demonstrar nenhum interesse. E ouvi que minha chefe me indicaria para
acompanhar. Será? A missão seria em novembro? Fiquei na minha.
Em setembro eu descobri que estava grávida. Sim, gravidíssima.
Mas, minha chefe mandou uma colega do job para um intercâmbio de um mês
em Paris, que aproveitaria para acompanhar a tal Missão, em Lyon. Pensei: já foi,
meu acordo com Deus será "meio" cumprido. Mesmo asim já valeu demais.
Fui à Índia e amei. Um dia eu volto à frança". Estava conformada e calada.
Não contei do meu trato com Deus pra ninguém.
- Lud, eu quero que você organize e acompanhe a Missão mesmo assim.
Disse minha chefe.
- Chefe, mas a Bella já está lá, se você quiser eu organizo a parte
brasileira daqui mesmo e ela acompanha. (confesso que disse isso demonstrando certo
desinteresse em ir, e meio que, "testando" se Deus realmente
"faria" com que eu fosse).
- Lud, você vai!
Sim, eu fui. Passei um final de semana (por minha conta) em Paris,
depois passei uma semana trabalhando em Lyon, e depois, também por minha conta,
voltei em Grenoble. Ma petite Grenoble.
Estava com 3 meses de gestação, e Deus me deu essa oportunidade. Foi um
presente. Um trato que eu fiz com carinho, e que aconteceu! Deus lindamente
realizou!
Meu marido fala: - Por que você não pediu uma Ferrari antes de ficar
grávida? Um casarão no Park Way? (rs...).
Sei lá. En fait...Só sei que eu pedi essas duas coisas.
Só Deus pra nos entender e pra ser tão... Deus.