terça-feira, 12 de novembro de 2013

Um trato com Deus

A história de um trato que fiz com Deus para antes de ter filho.

 
Todo mundo sabe aquela SEMPRE conversa de quando alguém fica noivo e os outros perguntam sobre o casamento, quando casam perguntam pelo filho, depois sobre o 2º filho. Blá blá blá... Aconteceu comigo. E eu já fiz (e faço) isso com várias pessoas.
Assim que eu me casei, muitas, mas muuuuuuuuuitas pessoas me perguntavam sobre filhos.
Eu queria, mas não via como algo brevemente possível. Eu estava trabalhando tanto, viajando tanto a trabalho pelo Brasil. Morava em um apartamento de um quarto, que era suficiente somente para mim e meu marido. Não tinha muito espaço para as minhas bolsas, quem dirá para uma criança. Outra coisa, onde eu arrumaria tempo pra uma criança? Além do medo da gestação em si. Confesso, não achava mulher grávida bonita. Achava que não deveria ser muito confortável amamentar. Pensava: um menino pendurado no meu peito, e ainda saindo leite de mim. Pensava sobre a mudança no corpo: "e se eu engordar?!". Enfim, milhões de pensamentos e longe de me ver mãe tão cedo.
Meu marido sempre quis ser pai e eu comecei a pensar "quem sabe depois da Copa de 2014". "Daqui 4 anos". Era o que eu repetia. Assim, daria tempo de mudarmos de apartamento, crescer e aparecer no meu trabalho, fazer um MBA e um mestrado, virar uma pessoa fitness (malhadona, saradona). Pronto! 4 anos será a data perfeita.
(rs...)
Mas, comecei a reparar meus amigos que tinham filhos. Parecia legal. Parecia uma família mais "completa". Então, eu virei pra Deus e falei:

- Tá bom, Pai, eu vou ter um filho, mas antes, eu gostaria muito de fazer 2 coisas: conhecer a Índia e voltar na França. Nem que seja a trabalho, mas, quero fazer essas viagens antes de ter um filho. Pode ser? O que Você acha?
Foi um pedido sincero. Desses que a cabeça e o coração concordam.
Porém, achava que isso não fosse se realizar tão cedo. Parecia impossível, na verdade.
Tenho meus motivos pra escolher a Índia e a França (Um dia explico. Um dia escrevo sobre isso).
Uns dias depois dessa conversa com Deus (poucos dias depois), minha chefe chama a equipe pra uma reunião. Dentre vários assuntos na pauta, surge a organização de mais uma Missão, que não era tema que me envolvia. Eu estava na minha, cabeça baixa, rabiscando meu caderno. Ouvi o nome "Nova Delí" e levantei a cabeça pensando "que massa, vai ter uma Missão pra Índia". Em seguida ouvi: "Eu queria que a Ludmila acompanhasse". Eu fiquei meio confusa (não estava entendendo direito).
- Isso, Lud, você vai acompanhar a Missão precursora a Nova Deli. ok?!
Daí minha chefe completou:
- A viagem é daqui 2 semanas. (Sim, ela disse duas semanas).
 
Fiz que estava entendendo, com aquela cara de que estava tudo tranquilo e "comum". Mas por dentro eu pensava: "Meu Deus, eu não acredito. Eu vou pra Índia?! Eu? Sério? Como assim? Daqui duas semanas? Tem uns dias que conversamos e daqui duas semanas eu vou?".
Não sei se quem está lendo essa história tem isso, mas, sabe quando você sente Deus, lá do céu, dando aquela piscadinha, dizendo: "Viu". Pois é, eu senti a piscadinha de "viu" de Deus.
 
 Eu só não fui para a Índia uma vez, como duas, num período de 3 meses. A trabalho, mas, cumpri o que eu gostaria. Vi de perto a cultura, o idioma, as cores, as comidas, as diferenças, as belezas, os contrastes, as disparidades, alguns palácios, algumas feiras, a música, o povo indiano. Interessante. Diferente. Lindo e, eu recomendo, conheçam a Índia!
 
Não para por aí. Lembra que eu falei sobre a França, também?!
Em meados de junho, três meses depois, ouvi comentários que teria uma Missão pra França. Eu fiquei quieta, sem nenhuma reação. Cara de paisagem. Não queria demonstrar nenhum interesse. E ouvi que minha chefe me indicaria para acompanhar. Será? A missão seria em novembro? Fiquei na minha.
Em setembro eu descobri que estava grávida. Sim, gravidíssima.
Mas, minha chefe mandou uma colega do job para um intercâmbio de um mês em Paris, que aproveitaria para acompanhar a tal Missão, em Lyon. Pensei: já foi, meu acordo com Deus será "meio" cumprido. Mesmo asim já valeu demais. Fui à Índia e amei. Um dia eu volto à frança". Estava conformada e calada. Não contei do meu trato com Deus pra ninguém.
- Lud, eu quero que você organize e acompanhe a Missão mesmo assim.
Disse minha chefe.
- Chefe, mas a Bella já está lá, se você quiser eu organizo a parte brasileira daqui mesmo e ela acompanha. (confesso que disse isso demonstrando certo desinteresse em ir, e meio que, "testando" se Deus realmente "faria" com que eu fosse).
- Lud, você vai!
Sim, eu fui. Passei um final de semana (por minha conta) em Paris, depois passei uma semana trabalhando em Lyon, e depois, também por minha conta, voltei em Grenoble. Ma petite Grenoble.
 
Estava com 3 meses de gestação, e Deus me deu essa oportunidade. Foi um presente. Um trato que eu fiz com carinho, e que aconteceu! Deus lindamente realizou!
Meu marido fala: - Por que você não pediu uma Ferrari antes de ficar grávida? Um casarão no Park Way? (rs...).
Sei lá. En fait...Só sei que eu pedi essas duas coisas.
Só Deus pra nos entender e pra ser tão... Deus.
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário